O Dia da Consciência Negra, celebrado neste 20 de novembro, é uma data que carrega um profundo significado histórico e social no Brasil. Este dia marca a morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência à escravidão. Em 2023, o Congresso Nacional aprovou a lei que transforma essa data em feriado nacional, e em 2024 será a primeira vez que o Brasil inteiro comemorará oficialmente o Dia da Consciência Negra, após o presidente Luis Inácio Lula da Silva ter sancionado a lei 14.759/23.
A transformação do Dia da Consciência Negra em feriado nacional é um reconhecimento significativo da história e das contribuições dos negros no Brasil. Como ressaltou Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), “A luta em defesa da igualdade e contra o racismo é um compromisso histórico”. Ele enfatiza que “sem a emancipação dos negros, das mulheres e outros segmentos oprimidos não se poderá falar em libertação da classe trabalhadora”.
Reflexões sobre racismo e desigualdade
Apesar do reconhecimento oficial, os desafios enfrentados pela população negra no Brasil permanecem alarmantes. Dados do IBGE mostram que os negros representam 57% da população brasileira, mas enfrentam desigualdades significativas no mercado de trabalho. Lucimara da Silva, secretária de políticas de promoção da igualdade racial, observou que “O rendimento médio dos negros é 40% inferior ao dos não negros”, e que “os negros com ensino superior ganham 32% menos que os demais trabalhadores com o mesmo nível de ensino”
Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), enfatiza a necessidade de uma luta contínua contra as desigualdades. “A luta em defesa da igualdade e contra o racismo é um compromisso histórico. Sem a emancipação dos negros, das mulheres e outros segmentos oprimidos, não se poderá falar em libertação da classe trabalhadora”, disse.
O legado de Zumbi dos Palmares
Zumbi dos Palmares é uma figura central na história do Brasil, representando a luta contra a opressão. Nascido em um quilombo, ele lutou para proteger sua comunidade da escravidão e foi assassinado em 1695. Seu legado é celebrado não apenas como um símbolo de resistência, mas também como um chamado à ação para todos aqueles que buscam justiça social.Como afirmou Raimunda Leone, secretária adjunta de políticas de promoção da igualdade racial. Essa realidade ressalta a importância do Dia da Consciência Negra como um momento de reflexão e ação. “Muitas vezes somos criminalizados apenas por ser moradores de comunidades. Os maiores impactos da violência recaem sobre o povo pobre e negro das grandes cidades”, pontuou.
O Dia da Consciência Negra deve ser um momento para reavaliar as políticas públicas voltadas para a inclusão racial e para fortalecer as iniciativas que buscam combater o racismo estrutural. A luta pela igualdade racial é contínua e requer o envolvimento de toda a sociedade para garantir que os direitos dos negros sejam respeitados e promovidos. Como conclui Adilson Araújo: “Lutaremos com vigor por uma sociedade totalmente livre do machismo, da dominação de classe, do racismo e da homofobia”, finalizou.
Em 2024, ao celebrarmos este feriado pela primeira vez em todo o país, é fundamental lembrar que a verdadeira liberdade e igualdade ainda estão por vir e exigem esforço coletivo.
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