A enfermeira Alessandra Bárbara Pereira Leite, de 49 anos, é a 28º vítima de Covid-19. A servidora faleceu na madrugada desta segunda (18). Ela foi uma das contaminada pelo vírus no hospital Adauto Botelho. Alessandra lutou contra a doença por 46 dias. Atuando na unidade 3 do CIAPS Adauto Botelho, faltavam apenas seis anos para ela se aposentar.
Alessandra faleceu por volta das 4h da madrugada e essa informação foi confirmada pelo Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde do Estado de Mato Grosso (Sisma). Ela deixa dois filhos.
No dia 7 de abril, a Secretaria Estadual de Saúde, a SES-MT, confirmou a existência de 17 casos de Covid-19 nas instalações do hospital psiquiátrico Adauto Botelho, em Cuiabá. Segundo familiares dos funcionários, porém, os registros começaram a surgir há pelo menos 15 dias. Alessandra Bárbara tratava exclusivamente de pacientes em recuperação da dependência de drogas – onde os casos foram diagnosticados.
Por volta do dia 20 de março, segundo o marido dela, Benedito Leite, um dos servidores começou a ter os sintomas e testou positivo. Desde então, Alessandra passou a relatar o receio de ir trabalhar.
“Ela ficou com medo do contágio, porque não dispensaram o funcionário e ele continuou indo trabalhar normalmente”, relata Benedito Marcos Pereira Leite na época, marido de Alessandra. Sem isolamento o vírus se espalhou e Alessandra começou a sentir tosse e moleza no corpo.
Mesmo com a confirmação na doença em um dos funcionários, o teste para o novo coronavírus só foi disponibilizado aos outros servidores do Adauto Botelho dia 2 de abril. Para isso, Alessandra ainda precisou ir até o local onde trabalhava para realizar a coleta do material. No mesmo dia, a enfermeira foi internada na Santa Casa em Cuiabá.
Apesar do hospital ter sido citado pelo governo como uma das unidades de referência para atendimento, Alessandra precisou ser transferida. A alegação foi falta de UTI. Com um dos sintomas mais desconfortáveis da doença, a falta de ar, a paciente foi internada e entubada, no Pronto-Socorro de Cuiabá. O quadro dela ficou estável e sob cuidados, mas era do grupo de risco em função da diabetes e hipertensão.
O marido dela chegou a gravar um vídeo, pedindo que ela fosse bem tratada, após anos de dedicação ao serviço público.
Na última postagem no Face ela deseja "Que a energia positiva nos acompanhe e nos livre de todo mal. Amém".
No Facebook a última postagem da enfermeira foi em 2 de abril.
Semana7 / RD News — Bárbara Sá